Skate de Montes Claros tem dois vices-campeões mineiros

COM SUPERAÇÕES do início ao fim, cidade fecha temporada com resultados inéditos (cinco pódios) e vagas no Brasileiro do ano que vem

Camila e Beto são vices-campeões mineiros; Cazuza, Kaoi e Pedro (detalhes) conquistaram pódios
O SKATE de Montes Claros é mais uma modalidade que fechará o ano de maneira especial. No último final de semana, em Belo Horizonte, a cidade conquistou dois vices-campeonatos mineiros de Skate Street com Roberto Caldeira (Amador II) e Camila Rocha (Feminino) na disputa da 7ª e última do Mineiro Street/2014. Além do segundo lugar geral, os dois garantiram a classificação pelo critério técnico para a disputa do Campeonato Brasileiro de Skate/2015, cuja primeira etapa será realizada no mês que vem, no Rio de Janeiro.

NA CLASSIFICAÇÃO final da temporada, além de Beto e Camila, Montes Claros conquistou mais três resultados expressivos: Pedro Wanderley (“Pão de Queijo”) foi o terceiro geral na categoria Amador II – também está classificado para o Brasileiro – e Léo França (“Kaoi”) e Thiago Malveira (“Cazuza”) foram os quartos colocados na Amador I e na Amador II.

ALÉM DE brindes como tênis especiais para o skate, peças e aparelhos eletrônicos, como todos eles estão entre os cinco primeiros de suas categorias garantiram o direito ao custeio das taxas de inscrição e das despesas de viagens para todas as etapas do Campeonato Mineiro Street/2015, premiação especial da Federação Mineira de Esportes Radicais (FMER).

ESFORÇOS

O MINEIRO Street voltou a ser realizado após 10 anos de paralisação por falta de uma entidade oficial ou mesmo de estrutura de pistas pelo interior do Estado. Ainda assim, o calendário teve alguns atropelos como o cancelamento da etapa de Uberlândia e a transferência da prova de Curvelo para Montes Claros por falta de condições da pista naquela cidade. Nessa etapa final, por exemplo, o local seria Nova Lima, mas foi mudado em cima da hora para BH por causa da previsão de chuva.

EM MOC, os próprios skatistas colocaram a mão na massa e construíram a maior parte dos obstáculos, além de “correr vaquinha” no comércio local para custear a reforma da pista.

NESSE MESMO embalo, os montes-clarenses assumiram na base do “cada um por si” o desafio de cumprir o calendário. Pedro, Beto, Camila, Léo e Thiago – e outros competidores locais como Ângelo Luiz, Harrison Maurílio, Luiz Grilou e Tiago Bacalhau – “racharam” a gasolina e viajaram juntos para praticamente todas as sete provas, mas cada um com os seus patrocinadores individuais, uma forma que encontraram de dar conta das despesas de viagem, alimentação, inscrições e hospedagens. Mas teve gente que sensibilizou.

DONO DA AP&L, empresa de fundações, um professor de Camila e Léo no curso de Engenharia Civil assumiu os custos das primeiras viagens e ainda bancou o concreto para que a pista local fosse reformada e recebesse a etapa do mineiro. Comércios como bar, restaurante, clínica médica, empresa de eventos, estúdio de tatuagem, gráfica e grife de roupas também ajudaram a galera a cumprir o roteiro nas viagens para Divinópolis, Juiz de Fora, Governador Valadares, Contagem e BH.

FALA GALERA

“MUITAS VEZES contamos com a boa vontade dos outros e ficamos na casa de skatistas da cidade que recebeu a prova”, disse Léo França, que considera o seu desempenho muito bom. “Por causa dos estudos, estava a mais ou menos quatro anos sem competir num ritmo como este. Não pensava em ficar nem mesmo entre os cinco primeiros e fui o quarto no geral. Considero como título”, completou.

“SOU VICE-campeão mineiro com muito orgulho. Ralamos muito para isso, principalmente diante da falta de um apoio mais consistente e colocamos, de vez, o skate de Montes Claros entre os melhores de Minas. Esperamos ser mais reconhecidos de agora em diante

SOBRE O vice-campeonato, Camila Rocha considera como uma experiência incrível. “Viajar com amigos e fazer novas amizades, além de participar de uma competição com skatistas incríveis; tudo isso foi muito bom. Fico honrada com a possibilidade de ir para o Brasileiro, mas sem uma boa pista para treinar é bem complicado e ao mesmo tempo lamentável – para não dizer uma vergonha – que uma cidade como a nossa não tenha uma pista de verdade”.

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