Futebol da cidade perde a dedicação de Valdir Rosquinha

Valdir estava com 72 anos
SEPULTADO AO final da tarde dessa segunda-feira, o corpo do desportista Valdir Pereira Dias, o Valdir Rosquinha, presidente do Coroinha Esporte Clube, uma das mais tradicionais equipes do futebol de Montes Claros.

ELE MORREU na noite de domingo, aos 72 anos, vítima de complicações do diabetes. Valdir era casado, deixa seis filhos e um grande número de amigos que fizeram questão de homenageá-lo durante o dia de ontem, no velório realizado na sede da Associação dos Moradores do bairro Cintra. Toda a família, inclusive os netos, vestia camisas amarelas do Coroinha.

“VALDIR ROSQUINHA foi um dos maiores abnegados que o futebol de Montes Claros já teve. Sempre que pode, ajudou a quem lhe pedia algo”, disse Geraldo Lopes, ex-radialista e presidente da extinta Liga Montes-clarense de Desportos quando o Coroinha foi criado. O dirigente conta que, uma certa vez, o Coroinha garantia alguns reforços porque os jogadores sabiam que Valdir assumiria até despesas de tratamento dentário.

ENTRE OS “filhos” de Valdir, o Coroinha foi fundado em 1974 para a disputa das principais competições locais, como o Campeonato Varziano e o Campeonato Amador. Um dos maiores momentos do clube foi custear a vinda do misto do Flamengo para um amistoso em Montes Claros, em 1977. Mesmo em um dia de muita chuva, o campo ficou cheio para acompanhar o duelo entre o Urubu e o Coroinha.

O CLUBE ficou marcado, também, pelo trabalho social com crianças e jovens carentes. Nos tempos das “vagas gordas”, o presidente pegava a própria camionete e atravessa a cidade para pegar um por um dos jogadores em suas casas.

UM DOS últimos desejos de Valdir, embora simples, não pode ser realizado: colocar o Coroinha na disputa do Campeonato Amador de 2012. “Ele queria que o clube fosse o time com o maior número de participações seguidas no Amador”, disse o filho Henrique. Segundo ele, o pai já estava debilitado desde o final do ano passado, quando sofreu um acidente doméstico e precisou ser internado. Diabético, Valdir teve que amputar parte da perna direita. Passou os últimos dias de vida em estado de coma.

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