Espera foi de mais de quatro meses

PARA O ADVOGADO de defesa do Formigão, erro foi quase que infantil confiar em uma carteira "que tinha nome do atleta errado"

FOI PRECISO ESPERAR muito tempo por esta confirmação a favor do Funorte; uma verdadeira novela. Vitinho - Victor Soares de Araújo Gomes - teria contrato até 11 de abril, mas, com base em sua carteirinha de jogo de posse do Mamoré, esse vínculo se estenderia até 11 de junho, por isso o utilizou. Só que para a CBF, o prazo considerado foi o primeiro, igual ao que está relacionado no BID.

AINDA EM MAIO e junho, a partir da denúncia que a própria Procuradoria da FMF fez, o chamado "Caso Vitinho" foi julgado nas duas primeiras instâncias do Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Mineira de Futebol. Segundo o Boletim Informativo Diário (BID) que, na avaliação da CBF é o documento máximo para a legalização de qualquer vínculo de atleta, Vitinho estaria sem contrato em vigência quando foi relacionado para os dois jogos: 2x2 Funorte e 1x2 Tombense, nos dias 21 e 24 de abril, respectivamente, pela segunda fase do Módulo II.

O MAMORÉ havia sido condenado na 1ª (3ª Comissão Disciplinar TJD/FMF) e absolvido na 2ª (Pleno da TJD/FMF), o que levou a Procuradoria da FMF a apresentar a denúncia no STJD.

O FUNORTE NÃO seria parte citada na sessão do Superior Tribunal, mas como era o principal beneficiado com a decisão, pois terminou o Módulo II em terceiro lugar, os auditores aceitaram a inclusão do clube como terceiro interessado nos recursos 50 e 51 analisados à tarde. O representante de Montes Claros foi defendido pelo advogado Carlos Portinho, do Rio de Janeiro, que trabalhou no caso com o escritório do advogado Lucas Ottoni, quem foi contratado pelo Funorte. Na sua argumentação, ele derrubou a carteira de jogo, prova apresentada pelo Mamoré, alegando que "não havia credibilidade, pois o próprio nome do jogador estava errado [Victor Soares de Araújo Filho]" (foto ao lado:N. do R. nome datilografado diferente da assinatura do próprio jogador).

MESMO ASSIM

AINDA DE ACORDO com Portinho, "mesmo que o BID estivesse errado, o clube [Mamoré] deveria ter acionado o TJD da FMF para que os dados estivessem corretos e não se apegar em uma carteirinha para escalar o jogador". Rogério Rodrigues, defensor do Mamoré, tentou argumentar dizendo que o mês citado no contrato é a única diferença entre as provas e que no TJD/FMF ficou suspeita a alteração no documento". E mais: "o América, quem o emprestou ao Mamoré tinha vínculo com Vitinho até junho, assim como o Mamoré com todos os demais jogadores do grupo e, por isso, Vitinho não seria diferente". Por último, defendeu a carteirinha como prova legal.

A FMF CHEGOU a promover as finais do Módulo II mesmo com a questão em Justiça. O Guarani de Divinópolis venceu o próprio Mamoré (1x2 e 3x0) e, até então, os dois times foram declarados como os donos da vaga de acesso para o ano que vem. Agora, segundo os auditores do STJD, caberá à mesma FMF proclamar o Funorte como dono da segunda vaga.

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